Não fui
votar.
"Vou
votar no mais giro", disse à minha rica-sogra.
"Naquele
do coração?"
"Não!
Não é no partido com o símbolo mais giro. É mesmo no candidato mais giro."
Pela
primeira vez, não me dei ao trabalho de sair de onde estava para ir às urnas e
marcar a cruz. Não honrei quem lutou e se sacrificou pelo meu direito a
escolher, quem lutou para que ontem eu pudesse optar por não votar.
Não votar
nas Europeias, para mim, equivale à importância que damos às notícias. As que
nos tocam mais, são as que nos estão mais próximas. Por isso voto, com
entusiasmo, nas autárquicas, nas legislativas e nas presidenciais. Votar nos
candidatos das europeias é votar em alguém que depois se esquece durante quatro longos anos. É mais ou
menos como o sistema solar: sabemos que estão lá, mas não nos ralamos com eles
para nada. Só por isso fico satisfeita com a eleição de Marinho Pinto. Ao menos
desaparece por uns tempos. Tenho pena é pelo João Ferreira da CDU. No fundo, no
fundo, se calhar não fui votar para que ele continuasse no parlamento
português. Ele, que era o candidato mais giro. Perdão, o único candidato giro.
Sem comentários:
Enviar um comentário