quinta-feira, 24 de julho de 2014

Mudanças

Estamos numa época de mudanças cá em casa. 
Criatura mais velha está na iminência de entrar no ensino básico e uma vez que temos criança de outubro, o lufa-lufa familiar dos últimos tempos tem sido o «entra? não entra? vai para o público? vai para o privado? fica no pré-escolar?».
A decisão está tomada: entra de certeza, no público ou no privado, mas vai para o 1º ano aprender a ler e a juntar as letras até conseguir formar palavras.

Pequena Clara tem cinco anos, quatro em casa dos avós e um no jardim-de-infância. No ano letivo de 2012/2013 inscrevemo-la no ensino público e não entrou. Como tinha duas amigas da mesma idade em casa da avó resolvemos deixá-la ficar onde estava. Mas não esperávamos que as duas amigas se fossem embora e que ela passasse um ano com crianças mais novas. Foi um ano difícil, sentimo-lo bem. A frustração era muita, as saudades das amigas também, o tempo de lazer com a avó era escasso. Erradamente, não agarrámos a situação com as duas mãos. Criatura mais pequena vinha a caminho e as atenções (e as contas) estavam desviadas para outro lado. Hoje sabemos que não foi a melhor opção e dificilmente se repetirá com o irmão. Daí a decisão de fazer todos os esforços possíveis (logísticos, financeiros) para garantir que este é o ano em que vai aprender a escrever. A professora do jardim de infância aconselha, a análise psicológica diz que está apta e ela... ela anda ansiosa por poder juntar letras, como tantas vezes faz, e conseguir interpretar o resultado. 

As listas de colocação das escolas públicas onde a inscrevemos saem na terça-feira. Os contactos com a escola privada que mais nos atrai estão feitos e os valores do ensino privado estão mais do que assimilados. São apenas mais uns dias com o coração perto da boca, com aquela sensação de que há alguma coisa na minha vida que precisa de ser esclarecida. 

Vai correr bem. Eu sei que vai. De uma forma ou de outra, ela vai (continuar a) ser feliz.