quarta-feira, 19 de agosto de 2015


Quando engravidei pela primeira vez, tive sempre a certeza que queria que o meu bebé nascesse de parto normal. Queria ser eu a protagonista daquele momento, e cheguei, inclusive, a pedir ao médico para me deixar puxar o bebé para fora, mas no momento certo, quando ele me disse «É agora, puxe!», não consegui.
Quando engravidei pela segunda vez, disse para mim vezes sem conta que desta vez é que era! E pedi ao meu homem para me dar dois estalos se eu dissesse novamente que não conseguia, e para me levantar as costas e segurar-me para que eu pudesse, enfim, realizar o meu desejo de puxar o meu bebé.
Quase no termo da gravidez do Vasco, soube que ele continuava sentado e que, por isso, o mais provável seria ter que fazer uma cesariana. Nunca coloquei, sequer, a hipótese de ter um parto normal com um bebé pélvico e, ainda que durante o tempo que me restou de gravidez me tenha custado muito aceitar que, desta vez, a protagonista não seria eu, fui-me mentalizando para a cesariana que veio a acontecer a 16 de julho.
O meu Vasco nasceu quando eu estava deitada, à espera que tudo acontecesse. E vi-o sair da minha barriga, a berrar a plenos pulmões - Típico! 
A cicatriz que tenho hoje lembra-me o momento mágico e único que aquele momento foi, e não faz de mim nem menos protagonista daquele momento, nem menos mãe.


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