sábado, 5 de setembro de 2015

A mim dói-me o coração, de cada vez que vislumbro o Aylan. Não consigo olhar de frente o seu pequeno corpo, nem tão pouco segurar as lágrimas. 
O Aylan tinha mais 1 ano do que o Vasco. O seu irmão Galip menos um do que a Clara. Olho para o Aylan, ali estendido enquanto o mar - e o resto do mundo - seguem o seu caminho, e vejo o Vasco, tantas vezes na mesma posição, deitado na sua cama, no seu quarto, num país que o deixa dormir sossegado todos os dias. 
A imagem do Aylan, do bebé Aylan, faz-me doer o coração. Faz-me sentir ingrata quando, no mesmo dia, perco as estribeiras porque o meu bebé não quer adormecer sozinho, e a única coisa que quer é sentir o seu 'porto seguro' do seu lado. O Aylan estava com o seu 'porto seguro', que não foi suficiente para que ele, e Galip, dormissem sossegados todas as noites. E eu sinto que aqueles meninos não mereciam isto. Nem eles, nem ninguém.

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